Friday, February 24, 2006

Post de um bébé

Estou lixado com esta porra, para não dizer pior porque há senhoras que lêem isto. Tudo começou muito perto do escroto. Seguiu-se depois uma batalha sangrenta para chegar primeiro ao óvulo na qual para sair vencedor tive de aniquilar meia duzia de irmaos contra as paredes do útero da minha mãe.

Cheguei e durante 9 meses fui alimentado pelo umbigo, nem uma carninha de porco com castanhas, nem um filete de dourada grelhada, só liquido... pelo umbigo. A mãe peida-se a um ritmo virtiginoso e a construção desses gases começa ali, a pouco mais de 5 cms.

O pai de vez em quando queria espreitar e mandava um espião em forma de submarino que me dá cassetadas.

Chega o nascimento, finalmente vai acabar este pesadelo, penso eu optimista. SInto um rabo gordo a sentar-se em cima da barriga da minha mãe e a gritar "força, força, empurre". "Sai daqui óh gorda", digo para aquela que soube depois se chamar sra. enfermeira.

Vou descendo, ja nao tenho água à minha volta, começa a ficar frio. Vejo ao longe um tunel muito estreitinho. "por aqui?" penso eu "é por aqui que querem que eu passe?". Era mesmo. Mas não dá, é fisicamente impossivel. Ouço a chefe da enfermeira gorda, chamemos a esta a médica feia "óh lurdes, dá-me os forceps"... pelo nome adivinho que a coisa só vai piorar.

Vejo uns ferros a entrar pelos caminhos por onde o meu pai mandava o submarino. De repente os ferros agarram-me a cabeça... "o submarino nunca foi tão longe" digo eu já com voz aflitiva.

Uma hora depois estou cá fora. Está frio. A enfermeira é mesmo gorda, confirma-se. A médica é mesmo feia, confirma-se. A minha mãe está suada e feita num oito. O gajo do submarino tambem lá está.

"mas o que é isso? tesouras, para que é isso, tenha lá cuidado" penso que a enfermeira gorda me vai cortar a grila, mas não, corta-me o cordão umbilical por onde comia e respirava. "Agora é que fizeste a bonita... como é que eu respiro agora?"... começo a chorar, pratica que depois vou desenvolvendo ao longo dos tempos!

Três horas depois estou cheio de fome... "é desta que vem o porco com castanhas?".. não, vêm duas mamas. Encosto a boca por instinto, mas não sai nada. "então? vou ter de chupar não?"... "força filho, força" diz a minha mãe. "força o catarino!!!! passa-me mas é para cá o cordão umbilical e faz aí uma ligação directa"... já esfomeado não tenho outro remedio - Faço força!

Começa a aparecer malta muito estranha.. pegam-me, largam-me, deitam-me, levantam-me, põe-me de lado, de barriga para baixo, pegam-me outra vez... "olha lá, e se fosses chatear o camões!!". APrendi que de pouco vale reclamar nestas ocasiões.

Chegam as cólicas. As porcarias que a minha mãe anda a comer dão-lhe gases e quem se lixa sou eu... para variar. "Fico com os estomago todo carcumidinho, é uma dor que parece que me arrebenta" digo à minha mãe, e ela responde "tens mais fome, é?"... estou a falar chinês ou quê?!!?!?!?

Agora começaram-me a nascer os dentes. Primeiro fiquei satisfeito pois ja percebi que sem eles não chego ao porco com castanhas, mas esta porcaria não podia nascer sem dor!?!?!? quem é que inventou isto? Não podiam ter arranjado um processo mais fácil? ou a ideia é mesmo por-nos à prova para testar a nossa quase infinita paciência.

Bolas, mais valia a minha antiga vidinha ali ao lado do escroto!

0 Comments:

Post a Comment

<< Home