Tuesday, March 06, 2012

Capitulo 2

Senhor narrador, peço desculpa, mas permita-me que conte a minha versão... eu não sou homem de interromper os outros e tenho todo o respeito por si e pelo seu trabalho, mas o leitor certamente gostará de ouvir o ponto de vista de alguém que lá esteve e presenciou, de alma e corpo e mais tudo o que tinha, a cena por si tão eloquentemente descrita. E se alguém lá houve nessas condições esse alguém fui eu como o senhor narrador tão bem sabe.

Foi mais ou menos assim... Não passavam sequer três minutos das 12:00 quando finalmente me desembaracei do carro em cima de um passei qualquer. Não sou de estacionar mal o carro, mas a escola naquele dia parecia a feira de cascais e eu estava num estado de nervos pouco dado a minudências, apesar de as adorar, e é verdade que as adoro, podem perguntar a quem melhor me conhece, mas naquele dia não estava para isso.

Aproximei-me do portão de entrada onde um senhor de 50 anos, mais portão menos portão, dava andamento às gentes que para ali andavam, parecia uma entrada de cinema mas sem bilhete nem lugar marcado, era sempre a aviar. Eu não sou de coisas “sempre a aviar”, mas aquela não era a minha festa. Vocês até já sabem de quem era a festa por isso não perderei muito mais tempo com isso que o dia não está para minudências.

“Boa tarde! Para a festa de despedida da...” – disse eu ao portão. “Sim, sim, é em frente e depois à esquerda, fique à espera no atrio ao pé dos outros para depois irem todos juntos”. Repetiu o Sr. Jaime pela quinquagésima vez já com pouca paciência. Só havia um último dia de aulas por ano mas eram sempre os dias de maior trabalho, eram os pais que vinham aos pares para entregar uma lembrancinha, ou os miudos que andavam mais à solta que nunca, e acima de tudo o calor, esse calor insuportável de final de Junho a torrar o miolo de quem passa o dia ao sol a abrir e fechar uma porta de metal.

Mas hoje não era só o último dia de aulas do ano, era também, e vocês já o sabem, o dia da reforma da professora Sandra e uma data de graúdos veio para as despedidas, 3 ou 4 desses graúdos até pareciam mais velhos que ela mas enfim, ele nunca foi homem de pedir BIs à porta muito menos a gente de barba branca.

Não era que o Jaime não gostásse da professora Sandra, mais tarde vim a saber que até tinha por ela um respeito muito acima da média, mas naquele dia estava chateado, só isso, mal-disposto com a vida, provavelmente já tinha saudades dela, ou tinha saudades dele e do seu último dia que nunca mais chegava, estava há 28 anos agarrado à porra da porta de metal. Eu também não sou de dizer porras, podem perguntar a quem me conhece, mas um dia não são dias.

Ignorei a aparente falta de paciência do Sr. Jaime e atentei apenas nas instruções que me dera, o coração apertava-se-me a cada passo, não sabia se a professora Sandra me iria reconhecer, já tinha passado tanto tempo... ao virar a esquina parecia aproximar-me de uma reunião de pais. Um novelo de adultos envolvia-se em abraços desconexos “joana, és tu, estás tão diferente!!” pudera, tinham passado 30 anos desde a 4ª classe. Os mais preparados traziam fotografias da época “ai que caixa-de-óculos! Esconde-me isso pá”. Não reconheci ninguém mas juntei-me ao grupo e ía acenando com a cabeça e sorrindo o melhor que sabia, apesar de saber pouco. Também não sou de sorrir, sou mais de minudências, mas o dia não estava para elas, estava só para sorrisos nervosos e acenos descomprometidos.

No meio do grupo destacava-se uma rapariga loura, alta, muito mexida que segurava o que parecia ser uma tela grande. Devia ser a Silvia, a dos emails, uma mulher que não teria ainda 30 anos, fora também aluna da professora Sandra e a grande dinamizadora desta homenagem. Foi ela que começou esta bola de neve que depois, com a ajuda da escola e de outros antigos alunos, se veio a concretizar num mega ajuntamento da malta que passou pelas mãos da Sandra... tal como eu! Não pude deixar de sorrir ao pensar nisso, desta vez era um sorriso sincero. “Será que ela me segurou nas mãos?”

Após cinco longos minutos de falsos piropos para cima e para baixo, apareceu a directora da escola, julgo que se chamava Elizabete, mas não posso garantir, seja como todas as directoras de escola se deviam chamar Elizabete que é um género de uma mistura entre o rigor e o respeito de uma Elisa com a ternura e a compreensão de uma Beta. Pediu silêncio e disse que estava na hora de irmos para a Sala. A professora Sandra não sabia da surpresa e por isso iriamos em silêncio e em fila indiana. A directora entraria primeiro na sala e depois todos nós a seguiriamos.

Senti algum conforto no meio daquela fila indiana, gosto de filas e de coisas organizadas em geral, mas não deixei de estar nervoso, bolas que o coração parecia ter vida dentro. Éramos sem dúvida mais de 50 antigos alunos, ou melhor, eram, eles, antigos alunos, eu era filho dela, o filho que ela não quis e deu para adopção quando tinha já 29 anos, o filho que ela nem sequer sabe se ainda vive, como se chama, ou com quem se parece.

Quando a directora Elizabete abriu a porta o meu coração bateu como nunca, parecia que ía nascer outra vez, estava prestes a reencontrar a minha mãe pela 2ª vez. Mas desta vez ela iria estar feliz por me ver, não por me ver a mim especialmente mas sim a todos e a mim também ali misturado nos antigos alunos. Eu sabia que ela não iria estranhar não reconhecer as caras todas, afinal tantas caras lhe passaram pela sala de aula... mas só um lhe passou pelo ventre, será que ela reconhece esse? Não. É impossível! A não ser que os meus olhos me traiam.

Entrei na sala, já era um dos últimos da fila por isso já era tarde para assistir ao efeito surpresa, agora vivia-se o efeito euforia. Abraços para aqui, empurrão para ali “joaquim, és mesmo tu, tás um homem!!” claro que está um homem, tem quase 50 anos, pensei eu. A minha mãe era como a tinha visto nas fotografias, raio da mulher parece que nunca envelheceu. Mas a voz, a voz era uma novidade para mim, era seca mas doce, pausada, imaginei-a tantas vezes a dizer “não o quero, façam favor de levar esse bebé daqui para fora”. Como será que ela o teria dito? Ao menos agora já conhecia a voz, só me faltava saber exactamente as palavras que usara.

A minha vez de a abraçar aproximava-se e eu estava a ficar dominado pela raiva e não pelo amor ou curiosidade ou qualquer outra merda que fosse minimamente positiva. Como é que ela me deixou e agora anda aqui toda sorrisos para esta gente que dela não tem nada. Nem sequer me vai reconhecer, e ri-se feliz, nem sequer deve pensar em mim, lembrar-se-á que um dia teve um filho? Por momentos quis ir embora, parecia não fazer sentido estar ali, eu que jurei que hoje ía ser um dia bom! Fiquei para trás para me acalmar, ainda bem que éramos muitos.

A loura alta ía tomar a palavra e arranjava espaço para entregar a tela, afinal era um quadro com fotografias e uma frase ao meio. Ergueram-no e encostaram-no à parede. Porra, estava assinado “dos antigos alunos”, se calhar eu também devia ter trazido uma porcaria qualquer, um postal assinado dos “antigos filhos”, era eu, era só um, mas bolas, também tinha direito a dar qualquer coisa à velha... tinha prometido que ía ser um dia bom, encostei-me para trás e calei-me como faria um antigo aluno mais tímido sem vontade de aparecer.

Ao ler o quadro a velha, a minha mãe, a professora Sandra, chorou, nunca a tinha visto a chorar, mas também nunca a tinha visto a rir, nunca a tinha visto bolas, isso vocês já sabem, eu é que não sei, ou esqueço-me ou não quero saber, enfim... chorou, chorou muito... e eu chorei com ela.

Foi a primeira coisa que fizemos juntos, mãe e filho, separados por poucos metros, juntos a chorar, e nisto um mar de gente desconhecida entre nós como actores sem convite no maior de todos os dramas da minha vida.

Fiquei a vê-la, como se fosse a primeira vez, e era, mas como se não a conhecesse, e não conhecia, mas como se não tivesse sobre ela qualquer opinião ou julgamento, e isso tinha, e tanto, mas tentei ver a professora Sandra, não a minha mãe.

Sandra começou a falar... “não sei o que dizer! Estou obviamente emocionada, nunca imaginei que este dia fosse tão dificil, e vocês ainda o vieram tornar mais dificil seus malandros” riu entre lágrimas e fez os outros rir também, todos de sorriso à banda a olhar a professora indefesa, num misto de honrada e humilhada, quase divina e quase patética. “não sei mesmo o que dizer, obrigado! Muito obrigado” e agarrou-se à Silvia que era quem estava mais perto e de braço estendido como quem tem tudo mais ou menos planeado.

Os miudos, os verdadeiros miudos, levantaram-se para abraçar a professora e ela acolheu-os a todos, parecia tão meiga e interessada nas crianças., nas dos outros, claro!

“Pessoal!!” diz a Silvia de voz apontada ao tecto.. “trouxe um livro de assinaturas em branco para cada um escrever umas linhas e no fim o oferecermos à professora Sandra” e lá pôs novamente o seu sorriso de quem sabe sempre o que vem a seguir.

Quando vi o livro à solta aproximei-me, ainda de costas encostadas a uma parede invisivel certificando-me que ninguém me via ou reparava que eu era estranho, ou sentia estranho, ou andava estranho. Cheguei ao livro e este estava praticamente todo rabiscado e a custo descobri um cantinho onde ainda havia espaço para mim, engraçado continuar a ter de batalhar com esta malta toda por um espaço para mim, e acaba sempre da mesma maneira, comigo a saborear um restinho de espaço que só lá ficou por esquecimento ou por ser demasiado escondido... lá encontrei o meu cantinho, devia dar para 2 ou 3 linhas se fizesse letra pequenina. E ía fazer, o que tinha para dizer não se diz aos gritos, diz-se baixinho, a letra curta, com pouca tinta, como se se quisesse apagar.

“Querida Professora Sandra, desejo-lhe muitas felicidades, que a sua reforma lhe traga sobretudo tempo para que possa estar junto da familia e dos que mais gosta. Assinado, o Seu Filho Artur”

Tremia por todos os lados, escondia-me com o meu próprio corpo e como podia, mas não podia. Todo eu dizia sem dizer “não estou aqui, não estou a escrever isto, vocês não me estão a ver” e não estavam, mas eu estava a vê-los a verem-me, estava a vê-la a ver-me, a tocar-me, a sorrir-me a abraçar-me a querer-me, e eu não queria, queria ser eu a mandar, decidir eu o quando e o como. Não haveria de ser ela a decidir, desta vez não seria ela a decidir, eu tinha um plano bolas, e dos bons, e era ali que ele começava. Era normal estar nervoso, mas não ía errar.

Sr. Narrador, faça favor de continuar e prometo não mais o interromper. A não ser que deixe de ser fiel à verdade das coisas. Peço-lhe também que dê a devida atenção e o devido valor às minudências pois esta história não deve ser narrada pela rama.

Professora Sandra - Capitulo 1

Um rio de lágrimas nos olhos, hirta, cravada no chão como os móveis velhos e pesados da escola primária, que um dia já foi escola piloto... também ela já tinha sido nova, e piloto, e à descoberta.

A professora Sandra olhava de frente uma turma inteira em choque... 20 miudos de 9 anos olhavam-me como se a vissem pela primeira vez. “A professora chora como nós” pensavam alguns... “passou-se”, pensavam outros menos dados às coisas do coração.

Era o seu último dia de aulas, o fim da linha, o último dia antes da merecida, mas temida, reforma! Sandra não sabia o que dizer e por isso chorava um choro descontrolado que até o seu corpo parou para assistir.

Sandra não era uma professora qualquer. “és mesmo parva” disse-lhe um dia a tutora numa avaliação do seu estágio. Sandra nunca deixou de ser “parva”, deixou foi de o ouvir dos outros. Ela sabia que “ser parva” fazia parte de ser meiga, preocupada, generosa e incondicionalmente dedicada aos seus meninos. Se isso era ser “parva” então era-o, e com muito orgulho!!

Ao longo de 45 anos de carreira nunca deixou nenhum menino para trás. Às vezes ouvia na sala de professores que este ou aquele não davam para a escola e isso sim enfurecia-a. “não dá para a escola ou a escola é que não dá para ele?” perguntava ao colega no alto do meu metro e meio mal medido, dedo em riste e maças do rosto excessivamente rosadas.

Apesar de não ser mulher de se ficar, também nunca foi gente de deixar ninguém KO, a não ser o Vitor, esse cromo cujo talento pedagógico caberia debaixo da unha de um mindinho e que teimava, avaliação após avaliação, a qualificar os meninos com nomes de animais. Os burros, os porcos e os que tinham cara de chimpazé iam sempre parar às turmas do professor Vitor.

Claro que um dia isto acabou e o malfadado pedagôgo fez-se à vida, dizem que foi viver para o campo, aconteceu no dia em que entrou na sala e sentiu a porta trancar-se à chave lá fora. Dentro da sala não havia crianças, apenas dois javalis machos que olharam o professor Vitor como quem diz “não sei se és tu o responsável de estarmos aqui, mas como és o único que aqui estás é contigo que nos vamos zangar”... após dez longos minutos de pânico protegido ora por mesas, ora por cadeiras e armado de régua e esquadro, Vitor ouviu o trinco da porta. Correu o mais que pode e conseguiu alcança-la momentos antes de um dos Javalis nela cravar as suas presas. Vitor nunca soube quem foi o autor da façanha, mas também não deu a si próprio muito tempo para investigar, cinco minutos depois esvaziava o seu cacifo e dava um último olhar ao livro de ponto onde estavam fotografias de todos os seus alunos, todos obviamente lhe pareciam ter cara de javali.

Sandra sempre fui assim, aquela que se levantava quando todos se deixavam ficar sentados, mas também aquela que se calava e ouvia quando todos insistiam em falar ao mesmo tempo. Sim, sempre foi parva, diria a sua tutora do primeiro ano de estágio.

Foi tão parva que nunca percebeu que dar aulas era a sua profissão, não a sua missão. Depois da escola reunia em casa os miúdos do bairro que tinham mais dificuldades em aprender, aqueles para quem a escola não dava, ou os que eram presentiados com professores Vitores. Tratava-os por “filhos” e “filhas”, e dizia amiude “estás a criar o teu futuro filho, não deixes que ninguém, nem sequer um professor, te tire esse direito”.

Naquele último dia todas estas recordações lhe vieram à mente, aqueles segundos de choro descontrolado, de pés cravados no chão e alma entregue àqueles 20 filhos e filhas que representavam as centenas que por ali já tinham passado, pensava que podia ter feito mais, “os futuros salvam-se um a um e eu podia ter salvo mais uns quantos”. Sentiu então uma mão no ombro, depois outra, e logo mais uma, e quatro e tantas... viu-se chão num abraço de adultos, e estavam muitos, tantos, e por trás deles uma placa dourada cobria o quadro e lá se lia “para a nossa professora Sandra, que acreditou, antes de nós, que podiamos criar o nosso futuro”, assinado: os seus antigos alunos!

Tinham vindo muitos, uns traziam barba, outros traziam filhos, a Rosário trouxe duas netas, já não se distinguiam os meninos dos adultos, todos riam, felizes, um a um!

Friday, October 02, 2009

Output reuniao de 19 de Setembro de 2001

"TASKS

1. Package para empresas / portfolio d produtos - FM e TP
2. web-site
2.1. marca - Todos - pensar e partilhar ideias
2.2. imagem - RQ
2.3. conteudos, seccção analistas, secção clientes - GP e TP
2.4. registo dominio - RQ
3. Base de dados de analistas - TP
3.1. Introdução de conteudos - RQ
4. Base de dados de empresas (clientes) - TP
4.1. Introdução de conteudos - RQ
5. Estabelecer escritório - GP

PROXIMA REUNIÃO

Algures nos dias 10, 11, 12 de Outubro"

finalmente, a 15 de Outubro de 2001

"Será que fica melhor QualidadeXXI, ou Qualidade21, porque no site as pessoas iriam escrever qualidadexxi.com (ta disponivel), mas penso que talvez do ponto de vista internetico seria mais fixe qualidade21.com (tb ta disponivel)

rui"

dia 26 de Setembro de 2001

Email do Rui:

MSP - Mystery Shopping Portugal
CMP - Cliente Mistirio Portugal


Usamos as siglas... axo q estao fixes.. va escolham 1..

Email do Tiago (2 horas depois)

Nao me parece nada mau. Eu tambem sugiro 2:
Pro XXI
Qualidade XXI

O XXI e do seculo...

parecia um dia igual aos outros...

mas não era!

virar a página

..não custa nada, a não ser quando estamos há anos a escrever nela...

Monday, May 25, 2009

numa onda revolucionária

Sistema saúde PÚBLICO e de QUALIDADE já!!

Médicos no sistema privado nao trabalham no publico. No público só queremos full-time, não queremos pessoal a fazer uma "perninha"

Médicos espanhois, chineses, ucranianos caso façam falta, já!

Duplicar as vagas nas faculdades de medicina.

Regionalizar o sistema de GESTAO da saude... ter um director regional de saude por distrito ELEITO pelos cidadãos!!!! Um X% dos impostos do distrito vão para o orçamento desse senhor e ele gere a coisa.

sobre o post anterior

Eu nao entendo isto (o email que recebi)... será que faz sentido consumir produtos nacionais so pelo facto de serem nacionais? Isso faz crescer a economia ou reduzir a nossa qualidade de vida? Ou seja, em vez de pagarmos 150 euros vamos pagar 300, por alguma razao consumimos uma maquina electrica que tem que fazer 12000 kms para cá chegar ou umas sandalias que têm de fazer 8000. é porque sao mais baratos... se só comprarmos os nacionais nao podemos comprar os produtos todos com 150 euros.

Se comprarmos os nossos, vamos pagar mais, o produtor português fica satisfeito (por uns tempos), até pode passar o preço para 450 euros pois nao tem de se preocupar com a concorrencia estrageira... o produtor estrangeiro lixa-se pois deixa de ter mercado... nós em vez de consumir tudo temos de consumir metade das coisas... passamos a consumir menos coisas, o produtor português fica lixado pois passa a vender menos coisas (apesar de ter uma margem maior no que vende) e tem de fazer escoar as suas "sobras" para mercados externos, mas óh diabo, ele não competitivo no mercado externo pois lá as sandálias vendem-se a 150 euros e, surpresa, o seu produto "lá fora" não NACIONAL.

Isto faz algum sentido? Ainda nao percebemos que vivemos num mundo global? Para o bem e para o mal... ou tambem nao queremos exportar texteis, cortiça, vinho, e outros que tais? E que tal fechar a auto-europa pois os carros sao 99% para exportacao?

Deixemo-nos de hipocrisias e pretensas soluçoes milagrosas. O problema de Portugal está no facto de termos uns politicos merdosos porque temos eleitores medrosos (nao me enganei, era mesmo medrosos e o anterior era mesmo merdosos, mas ao contrário tambem dava)

Se tivessemos politicos a pôr o dedo na ferida não durava mais do que 3 meses até termos um golpe de estado.

Recebi este email (não concordo com ele)

"O Joaquim, depois de dormir numa almofada de algodão (Made in Egipt), começou o dia bem cedo, acordado pelo despertador (Made in Japan) às 7da manhã.



Depois de um banho com sabonete (Made in France) e enquanto o café (importado da Colômbia) estava a fazer na máquina (Made in ChechRepublic), barbeou-se com a máquina eléctrica (Made in China).



Vestiu uma camisa (Made in Sri Lanka), jeans de marca (Made in Singapure) e um relógio de bolso (Made in Swiss).



Depois de preparar as torradas de trigo (produced in USA) na sua torradeira (Made in Germany) e enquanto tomava o café numa chávena (Made in Spain), pegou na máquina de calcular (Made in Korea) para ver quanto é que poderia gastar nesse dia e consultou a Internet no seucomputador (Made in Thailand) para ver as previsões meteorológicas.



Depois de ouvir as notícias pela rádio (Made in India), ainda bebeu um sumo de laranja (produced in Israel), entrou no carro Saab (Made in Sweden) e continuou à procura de emprego.



Ao fim de mais um dia frustrante, com muitos contactos feitos através do seu telemóvel (Made in Finland) e, após comer uma pizza (Made in Italy), o Joaquim decidiu relaxar por uns instantes.



Calçou as suas sandálias (Made in Brazil), sentou-se num sofá (Made in Denmark), serviu-se de um copo de vinho (produced in Chile), ligou a TV (Made in Indonésia) e pôs-se a pensar porque é que não conseguia encontrar um emprego em PORTUGAL ...



Talvez este mail devesse ser enviado às empresas e aos consumidores portugueses.



Se cada português consumir 150€ de produtos nacionais, por mês, a economia cresce acima de todas as estimativas e, ainda por cima, cria muitos postos de trabalho. Exemplo: em vez de se queixarem do estado da agricultura, verifiquem na etiqueta a origem da fruta e prefiram a nacional em vez de espanhola, argentina, etc ...



Ponham o mail a circular. Pode ser que alguém acorde !!!"

Wednesday, April 29, 2009

Definição de Avó

Artigo redigido por uma menina de 8 anos e publicado no Jornal do Cartaxo.

'Uma Avó é uma mulher que não tem filhos, por isso gosta dos filhos dos outros. As Avós não têm nada para fazer, é só estarem ali. Quando nos levam a passear, andam devagar e não pisam as flores bonitas nem as lagartas. Nunca dizem ‘Despacha-te! ‘. Normalmente são gordas, mas mesmo assim conseguem apertar-nos os sapatos. Sabem sempre que a gente quer mais uma fatia de bolo ou uma fatia maior. As Avós usam óculos e às vezes até conseguem tirar os dentes. Quando nos contam historias, nunca saltam bocados e nunca se importam de contar a mesma história várias vezes. As Avós são as únicas pessoas grandes que têm sempre tempo. Não são tão fracas como dizem, apesar de morrerem mais vezes do que nós.
Toda a gente deve fazer o possível por ter uma Avó, sobretudo se não tiver Televisão'.

Os dias finais...

Está aí a ameaça de pandemia, essa tal coisa que é o de mais próximo que temos de fim do mundo desde a guerra fria.

Ouvi hoje que se está a dar uma corrida a um medicamento qualquer que começa por T e que supostamente faz bem a esta coisa suina que por aí anda. Ouvi isto a caminho do trabalho e não pude evitar de me questionar sobre se deveria mesmo ir ao trabalho ou imeadiatamente à farmácia mais próxima.

Se há algo de curioso nisto é sem dúvido o facto de nos pôr a pensar. Uma vez o Bill Gates disse que geria a Microsoft como se a fosse vender amanhã... adaptando isto à vida e não aos negócios, que tal se vivessemos a vida como se ela fosse acabar amanhã?

Vinhamos trabalhar? íamos à farmácia? faziamos aquela viagem ao méxico que estamos sempre a adiar? E se isto se tornasse numa pandemia de dúvida e reflexão?... isso sim valia a pena!

Wednesday, January 14, 2009

Dialogo inter religiões

Hoje de manhã ouvi na TSF que o cardeal patriarca de Lisboa tinha alertado as angelicais meninas católicas para o monte de sarilhos em que se metem no caso de casarem com Muçulmanos.

Ri-me.

Ao almoço voltamos ao tema. Ri-me.

Agora fui ver o video... estou chocado!

O Cardeal diz mais, diz coisas como esta “Os muçulmanos em portugal quando querem dialogar são como os lobos nas florestas a marcar território”

É chocante que, numa época em que a humanidade precisa de se reencontrar, em que como seres humanos precisamos de reaprender a viver uns com os outros e não uns contra os outros, a Igreja Católica tenha um alto representante que partidarize as religiões. Que faça chacota do diálogo e avise para os perigos da mistura das raças.

Se calhar é isso provavelmente que a Igreja faz há séculos e é disso provavelmente que nos temos de livrar. Destes donos de Deus e da palavra. Estes iluminados que se apoderaram de uma mensagem de amor, de paz e fraternidade e a transformaram num clube que quer ter mais sócios a pagar quotas, mesmo que para isso tenha de insultar o clube do lado.

Monday, January 05, 2009

ano novo vida velha

Crise... crise, e ainda mais um bocadinho de crise.

Estamos em Dezembro de 2009:

- A CGTP ameaça com greve geral e exige melhores salários
- O presidente da CIP diz que Portugal precisa de ser mais competitivo... promete ainda um estudo sobre a localização ideal do LIDL da Abrunheira
- O desemprego atingiu os 10% segundo dados do INE
- O Primeiro-Ministro José Sócrates (eleito recentemente com maioria absoluta) diz que em 2008 o crescimento do desemprego foi consideravelmente contido quando comparado por exemplo com o registado no Zimbabue.
- Pacheco Pereira diz estar atento
- O Presidente da Republica apela à calma e à união das forças políticas
- Os Professores exigem serem avaliados pela FENPROF
- A FENPROF apela à luta
- O Benfica é campeão de inverno
- O Porto tem 6 jogos em atraso
- O Presidente volta a apelar à calma
- A SEDES diz que o país precisa de aumentar as exportações
- Pacheco Pereira diz que estará atento
- O governo diz "ah pois é"
- Manuel Alegre ameaça criar um novo partido caso o país aumente as exportações... corrige logo no dia seguinte alegando que percebeu que o país ía aumentar as explorações
- A CGTP diz que é uma questão de semântica e que todos sabemos que o que querem aumentar é as explorações ao protelariado... e apela à luta
- Manuela Ferreira Leite contínua em coma profundo desde a vitória de Pedro Santana Lopes para a CM de Lisboa... a que também não deve ter sido alheio o facto deste a ter efusivamente brindado na noite da vitória com um "chega aqui velhota e deixa-me dar-te um beijo repenicado", já visivelmente alcoolizado.
- O Presidente apela à calma e refere-se a Ferreira Leite como "o exemplo a seguir"
- O primeiro ministro descobre uma papelaria em cascais que vendeu mais 50% de estojos da Hello Kitty do que em 2008 e torna-o um case study empresarial, dizendo que "Portugal está a modernizar-se, Portugal está a crescer!!"
- Um estudo de uma consultora diz que Portugal precisa mesmo é de aumentar a competitividade
- Um outro estudo havia revelado há uns meses que Portugal teria de melhorar a eficiência do estado
- O Presidente apela à calma e diz que não devemos tomar acções precipitadas
- A CGTP ameaça processar o estado português dizendo que responderá a uma acção do estado com uma acção de luta
- Manuela Ferreira Leite acorda momentaneamente do coma e grita "na bochecha não, na bochecha não..." voltando imediatamente a socumbir.
- Chega o dia 31, todos trocam SMSs a desejar bom ano uns aos outros. A mensagem de Manuel Alegre termina com um enigmático "novo ano, novo part... 'text missing'"
- Pacheco Pereira garante que vai estar atento

115 anos de consciência

Morreu há uns dias a mulher mais velha do mundo. Era portuguesa.

Nem sequer dois meses tinham passado desde que deixou de ser a segunda mais velha do mundo para passar a ser a primeira mais velha do mundo. Lembro-me desse dia, o dia da coroação, o dia em que a muler mais velha do mundo (que era indiana) morreu, lembro-me do reporter ter descoberto a nova rainha da velhice, portuguesa, na sua aldeia, 115 anos depois, e com ar de júbilo lhe perguntar "óh minha senhora, então como vai festejar o facto de ser a partir de hoje a mulher mais velha do mundo?"

E a senhora descoberta agora, 115 anos depois, com ar de velha sim, mas visivelmente espantada pela pergunta, responde: "Festejar o quê? festejar pela outra senhora ter falecido?"

Senhor reporter, a pergunta que se impunha logo a seguir era: "A partir de que idade é que se passa a ter este nível de lucidez?"

Hoje há outra mulher mais velha do mundo, e certamente há outro reporter... à descoberta!

Thursday, July 10, 2008

Proposta

Hoje há debate sobre o estado da nação no parlamento, mas antes disso já houv esta manhã na TSF. Estive quase para ligar para partilhar uma ideia que no outro dia surgiu em conversa com o CR... quanto custaria ao estado garantir a guarda e a educação de todas as crianças entre os 0 e os 3 anos de idade?

Como sabemos é um dos principais problemas do país e das pessoas (sim, o país e as pessoas são entidades diferentes). Do país porque a população tende perigosamente para um envelhecimento que no longo prazo nos deixará a todos a jogar à sueca nos bancos de jrdim sem que haja ninguém com idade para trabalhar na manutenção dos mesmo. E é um problema das pessoas porque poucas familias têm a possibilidade pagar 300, 400 ou 500 euros para por um bebe num berçário ou jardim de infância, pior ainda quando a mensalidade é a multiplicar por 2, 3 ou 4 filhos.

Quanto custa então?

Por ano nascem em Portugal cerca de 100000 bebes. Estimamos então ter cerca de 300000 bebes entre os 0 e os 3 anos de idade.

Um jardem de infancia médio custa 300 euros por mês vezes 10 meses... são 3000 euros por ano, mas este valor inclui lucro. Digamos que o custo (e tendo em conta também as economias de escala que teriamos) seria de 2000 euros anuais.

2000 euros anuais vezes 300000 bebes são 600 milhoes de euros. Quanto é que o estado perdeu por baixar o IVA de 21% para 20%? 750 milhoes de euros.

Alguem já sentiu a diminuição da taxa máxima do IVA a não ser as empresas que rapidamente o estão a incorporar nas suas margens? NÃO?

Quantos empregos directos criou a baixa do IVA?

Quantos empregos directos criaria esta proposta? Se para cada 15 crianças tem de haver uma pessoa (parece-me um rácio razoavel) são 20000 empregos. Obviamente que muitas hoje já ficam em colegios priivados e como tal haveria alguam migração e não seriam 20000 novos postos.

Haveria tambem lugar a investimento em infraestruturas, trabalho para constructores civis, jardineiros, empresas de materiais didáticos.

Estariamos também a contribuir para uma educação melhor para as nossas crianças, um ambiente calmo, didático e de confiança.

Mas muito mais importante do que tudo isto, haveria um efeito imediato e muito positivo na QUALIDADE de vida e na FELICIDADE das familias.

Que sociedade é esta que deixa que seja senso comum dizer-se que "não posso ter filhos porque não posso pagar"... enquanto um orçamento de estado tiver 1 euro que seja, se esse euro não for para isto então se justifica ir para nada. Se há dinheiro para um aeroporto, para um comboio, para asfalto e para baixar o IVA 1%, então tem de haver dinheiro para permitir que as pessoas possam ser pais e mães... pelas pessoas e pelo país.