Friday, January 27, 2006

Voltando aos sufixos

Um ice é fraco, um ismo é forte. Julgo ser esta a regra a aplicar nos sufixos. Um ismo ganha sempre a uma ice.

Vejamos um exemplo paradigmático. Um leão é muito mais imponente do que uma minhoca. Mas uma leaozice contra um minhoquismo já faz da minhoca um ser muito mais grandioso.

Percebo portanto que o sufixo é para ser utilizado consoante nos agradou ou não o acto de alguém e podem conviver os dois sufixos, eu posso fazer um Nandismo (fechar a torneira quando estou a lavar os dentes) logo seguido de uma Nandice (tirar um macaco do nariz).

Porém há palavras que não têm escolha, já nasceram fadadas a ser o que lhes chamam. Tolice, por exemplo. Não existe nenhum tolismo. Não é possível a uma tolice ser promovida a tolismo, basicamento o criador (da lingua) nem sequer pôs essa hipotese de um tolo dizer algo positivo merecedor de um ismo.

Mas eu até aqui percebo. Acho muito mais injusta a palavra meninice. Então nós andamos constantemente a dizer que as crianças é que são, o futuro são as crianças, elas são a nossa alegria, bla bla bla, e depois dizemos que as crianças passam pela fase da meninice em vez do meninismo. Fico desapontado!

E o Vice? O Vice-Ministro ou o Vice-Rei. Subtilmente estão a dizer-lhe "aqui tens um cargo em que não mandas nada, não fazes nestum, e além disso toda a gente sabe da tua inutilidade porque não te vais chamar Vismo-Presidente mas sim Vice-Presidente"

E a Alice? As milhares de Alices que existem no país e que sem saberem foram destinadas a ser gozadas e menosprezadas constantemente. Na cabeça das pessoas Alice é, e será sempre, uma asneira praticada pelo Al (Al Gore). Quando ele perdeu as eleições para o Bush aquilo foi uma Alice... além de uma Nabice, concordo.

Enfim, Acho que o caminho é respeitar mais os ices. Deixa-los viver a sua individualidade, encontrar o lado bom de cada ice. Nas palavras e na vida.

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