Sinais... do Alves

Outro Fernando, o Alves da TSF, dizia hoje de manhã na rádio:

"A cura da sida ha-de enriquecer quem a descobrir e chegará muito antes que a cura da fome pois essa é, exclusivamente, coisa de pobres"

Apesar de tudo gosto do liberalismo. Gosto que as pessoas sejam livres de fazer escolhas e possam economicamente investir com base no que lhes "dá mais". Dar mais pode nem sempre ser sinónimo de "dar mais dinheiro", pode ser "dar mais realização pessoal".

Mas acho que o Alves tem razão, há mais gente com capacidade de investimento a investir para "dar mais dinheiro" do que a investir "para dar mais a quem tem menos", dar mais água, dar mais pão, dar mais saúde, etc..

Mas noutros sistemas estou certo que não curavamos a sida tão rapidamente, mas também não curavamos a fome.

Mas este é um debate gigante e que ainda vai no adro. O liberalismo económico deu-nos muita coisa, avanços tecnológicos brutais que criaram melhorias reais na vida de uma grande parte das populações. Porém, este liberalismo não resolveu, talvez até tenha agravado, as desigualdades.

Como se lida com isto? No meu entender com a consciência de que somos interdependentes e que o nosso bem estar não depende do que temos mas sobretudo do contexto em que vive quem nos rodeia, e quem nos rodeia já não são as pessoas do nosso bairro, mas sim as pessoas do nosso planeta.

Enfim, longa discussão, como diz o Alves "são só sinais"